A cada clique de José Guilherme Martini, mais conhecido como JG Martini, nasce uma obra de arte. JG Martini, se encontrou com a fotografia por acaso. Convivendo com repórteres fotográficos do Jornal Gazeta do Povo, aprendeu algumas técnicas, e resolveu testá-las nas cavalgadas com os amigos. Não demorou muito, a notícia sobre suas belas imagens se espalhou e surgiram criadores interessados em seu trabalho.

Atualmente, o campo-larguense, produz imagens para inúmeros criadores da raça crioula do Brasil, Chile, Uruguai e Argentina. Também fotografa para a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Núcleo de Criadores e agências de publicidade do agronegócio. Confira abaixo a entrevista completa:

Por que decidiu ser fotógrafo? Quando tomou esta decisão?

Em abril de 1999 comecei a trabalhar no Jornal Gazeta do Povo prestando serviço de locação de carro onde eu era o motorista, durante 5 anos acompanhei os fotógrafos profissionais do jornal em diversas pautas e fui me interessando aos poucos pela profissão.

Como era apaixonado por cavalos, resolvi praticar o que aprendia com esses profissionais, nas cavalgadas com amigos e provas do circuito do Freio de Ouro nos finais de semana. A convivência e o aprendizado com esses profissionais foram de grande importância para minha escolha em seguir em frente como fotógrafo, estavam sempre prontos para ensinar e ajudar, imagine eu com 30 anos de idade nunca tinha sonhado em ser fotógrafo!

Como e quando teve o primeiro contato com o cavalo crioulo?

A paixão por cavalos surgiu quando criança, sou proprietário de cavalos desde os 15 anos de idade, sempre acompanhava o ciclo das exposições e classificatórias aqui no estado do Paraná e desde 1990 vou à final do Freio de Ouro.

Você lembra do primeiro clique que fez de um cavalo da raça?

Lembro sim, foi na fazenda de um amigo em Lages (SC), em uma cavalgada, mas uma foto que marcou muito foi a primeira foto publicada. Por sorte ou destino, Mariano Lemanski da Cabanha São Rafael, junto com o publicitário Claudio Freire e Lauro Martins, administrador da Cabanha na época, resolveram me dar uma chance, me convidam para produzir a foto para um anúncio onde o título era “Nada como começar o dia com o pé esquerdo”. Eu fotografei o estribo do lado esquerdo do cavalo que é o lado de montar. Foi minha primeira foto publicada.

Qual é sua rotina no trabalho como fotógrafo? Como você faz com o acervo de imagens ?

Muitas viagens, como resido em Campo Largo, no Paraná, que fica próximo a Curitiba, então viajo sempre até Porto Alegre de avião, em seguida alugo um carro e saio para atender os clientes em várias regiões do Estado.

Geralmente minhas viagens são longas, de 15 a 20 dias pois trabalho com uma agenda pré-determinada onde atendo clientes com aproximadamente 20 anos de fidelidade.

Tenho fotos arquivadas em casa desde o Freio de Ouro 2001 e todas as imagens que produzo nas cabanhas tenho arquivadas em DVDs e HDS externos. A responsável pelo arquivo de imagens, pela organização dos arquivos, e também fotografa animais é a minha esposa Keila Martini, ela só não aparece nos créditos das imagens.

Qual o melhor momento para fotografar um cavalo?

Sempre no primeiro instante em que ele chega para ser fotografado, que está curioso com tudo que acontece à sua volta e tendo muita paciência, esperando sempre o melhor momento. Evito fotografar nos horários de sol muito forte, entre 11h30 até as 14h por aí. Nesse período geralmente fica uma sombra forte em baixo no tórax dos animais!

Qual das suas fotos você tem mais orgulho de ter feito?

Na verdade, gosto de várias imagens que produzi, mas tem uma em especial na Estância Carapuça em Cristal que considero uma das melhores fotos que já fiz, pelo momento capturado, a luz, a paisagem e as éguas cruzando a taipa do açude (foto acima). Outra que gosto muito é uma imagem da minha filha beijando a Freio de Ouro Reclusion, no CT Guto Freire. Produzi essa imagem para a fábrica de rações supra e adorei o resultado.

O que você falaria para aqueles que pensam em ingressar nessa carreira?

E para as pessoas que pensam em se tornar fotógrafo de cavalos profissionais ou mesmo por hobby, eu recomendo que inicialmente aprendam a fotografia básica para entender seus fundamentos, leiam livros sobre o assunto o manual da câmera que acho de grande importância! Para aí sim aprender sobre os cavalos e quais as fotografias preferidas dos criadores, observando e acompanhando o trabalho de vários profissionais competentes que trabalham nesse meio! E nunca desistam dos seus sonhos, pois me tornei fotógrafo com 30 anos de idade e hoje me sinto realizado com o que faço! Transformei o amor pelos cavalos em profissão, sempre com a alma na lente e a lente no coração!

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