Nossa cultura é extremamente rica, com uma história marcada por manifestações populares que expressam a essência das pessoas que habitam cada uma das cinco regiões do País. Com tanta diversidade proporcionada pela miscigenação de povos e culturas, o folclore que compõe parte do nosso imaginário é bastante variado. Temos as histórias clássicas que perpassam toda a extensão do Brasil, a exemplo da Iara e o Boto cor-de-rosa nos rios da Amazônia, a Cuca no sertão nordestino, Curupira na mata atlântica do sudeste, até o Negrinho do Pastoreio, nos campos da região sul.
Por esta razão, para celebrar e valorizar as heranças culturais que são transmitidas de geração para geração, nós trouxemos neste texto algumas das histórias mais famosas que fazem parte de São Luiz do Purunã. Prepara-se e aproveite este momento de resgate e valorização da cultura!
Folclore de São Luiz do Purunã
Em parceria com a moradora, Mariederli de Freitas Lopes, nós vamos contar um pouquinho de cada uma das histórias mais importantes da cultura local, para que você possa conhecer e imergir mais à fundo no dia a dia de São Luiz do Purunã. Vamos lá!
Boitatá
De acordo com a lenda, há muito tempo houve uma noite extremamente escura, na qual não apareciam estrelas, nem o vento soprava e todas as formas de vida mergulharam em um grande silêncio. As pessoas ficaram encarceradas dentro de suas próprias casas, sem a possibilidade de saírem para cortar lenha ou buscar alimentos. Era uma noite sem fim.
O tempo foi passando, até que uma grande chuva inundou tudo e matou vários animais afogados. Foi então que uma grande cobra que estava em repouso despertou faminta e devorou os olhos dos animais mortos, que boiavam nas águas.
A lenda conta que eles brilhavam devido à luz do último dia em que os animais viram o sol. De tanto olhos brilhantes que a cobra comeu, ela ficou toda brilhante como fogo e transparente. A cobra se transformou num monstro brilhante, o Boitatá. E até hoje há quem diga que o ele protege a Floresta com Araucárias contra incêndios.
Gritador
Há muitos anos, houve em São Luiz do Purunã uma casa em que seus donos faleceram e ela ficou vazia. Não demorou para que alguém ou alguma coisa passasse a habitar o local e assustasse a população da região com gritos apavorantes. Por algum tempo o “gritador” – como ficou popularmente conhecido – permaneceu lá causando calafrios em quem passasse por perto, com seus gritos de angústia e horror.
Porém, após vizinhos e moradores próximos se mobilizarem para se livrar da entidade, a casa voltou a ficar vazia. Mas o gritador não foi embora. Até hoje é possível ouvi-lo gritando e se desesperando pelos matagais de São Luiz do Purunã.
Lenda dos escravos
Há muitos anos, quando o Brasil ainda vivia o período escravocrata, o proprietário de uma fazenda era um dos homens mais ricos destas bandas. Seu apreço por sua fortuna era tanto que ele tinha hábitos peculiares para protegê-la da cobiça e possíveis roubos.
Por ser proprietário de muitos escravos, seu método para esconder dinheiro consistia em pedir auxílio deles para proteger os valores. De acordo com Mari, o fazendeiro enterrava seu dinheiro e pedia para que algum escravo assumisse a responsabilidade por guardá-lo. Após o momento em que a solicitação era aceita, o fazendeiro assassinava o escravo e enterrava-o junto aos bens, para que o espírito dele permanecesse guardando o dinheiro.
Dizem que até hoje é possível vislumbrar antigos escravos vagando pela região da fazenda, cumprindo seu dever jurado antes da morte.
Lenda da noiva
A lenda da noiva que assombra cidades é um clássico presente em vários locais do Brasil e do mundo. E em São Luiz do Purunã também temos a nossa versão da história. Como a região de Balsa Nova é uma localidade em que a cultura relacionada aos cavalos é muito forte, a lenda da mulher de branco que assombra também está ligada com essa tradição.
Conta-se que em inúmeras situações em que os animais foram encontrados agitados e assustados, foi possível reconhecer a figura de uma mulher vestindo roupa branca e véu caminhando pelas redondezas. Mari não soube nos contar qual é a origem da lenda, mas afirmou que várias vezes ouviu história de turistas e habitantes locais que presenciaram o vulto assustador da mulher de branco.
Tesouro dos jesuítas
Esta história vem do tempo da expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, e dos moradores de Tamanduá. Embora em alguns momentos possa parecer irreal, existem fundamentos para que ela seja considerada verdadeira e ainda há muitos que acreditam nela.
Antes do banimento dos religiosos, já havia sido decretado o confisco dos bens pertencentes à Companhia de Jesus (igrejas e seus bens, colégios e conventos, além dos bens pessoais de seus membros). Os religiosos, ao saberem da lei, e sem esperarem por sua execução, teriam tratado de esconder os fabulosos bens da capela. Itens que iam de muita prata trabalhada, ouro em pó, aos seus próprios bens pessoais.
O lugar escolhido teria sido uma das muitas grutas e furnas existentes no sopé das Serras de Purunã e das Almas, no Paredão. No Povinho de São João (Itambé) existe um lugar conhecido até hoje por Jesuíta, onde os padres do Tamanduá mineraram ouro e construíram um desvio no rio. Apenas um motivo muito importante e valioso justificaria uma obra de tamanho esforço humano. Por isto, acredita-se até hoje que é lá que está escondido o tesouro dos Jesuítas e que ninguém jamais conseguirá chegar até ele.
Você conhece outras histórias?
Além destas histórias que trouxemos aqui, você conhece outras lendas e mitos que fazem parte do imaginário de São Luiz do Purunã? Compartilhe com a gente e vamos fortalecer os registros de nossa história!
Tem ainda:
– O tesouro do Padilhão
– O roubo da Santa do Tamanduá
(Ah! Mas estes são verídicos)
Amei! Moro em Campo Largo, meu pai morou em uma fazenda próxima a São Luíz, mas não nos conta histórias. Adorei o trabalho, sou professora, fiquei com vontade de levar meus alunos!!! O que mais vocês promovem?
Boa noite…Minha avó sempre me contou histórias do Padilhão, inclusive a filha deste casou-se com meu tio bisavô. Eu amava ouvir as narrativas, mas nunca as vi registradas.Sou professora de literatura e tenho muita vontade de registrar as histórias que minha avó Alice me contava.
Fui visitar São Luís do Purunã com a família no domingo 22/11 fomos no mirante onde tem o Cristo e na volta paramos no parquinho ( um tanto estranho) e senti que havia uma mulher de branco observando lá de cima atrás de um cercadinho lá em cima… Cabuloso?
Que assustador Vilma!