Nos últimos meses estamos vivenciando situações desafiadoras, contudo estudos mostram que a maioria dos momentos agradáveis que vivenciamos, são compartilhados com outras pessoas, e isso vale tanto para os adultos quanto para as crianças.

Estamos descobrindo um novo jeito de organizar nossa rotina principalmente a rotina das crianças com uma nova forma de aprendizado e de interação. E, de repente, diante de toda essas reinvenção, nossas crianças deixaram de ir à escola, de ter contato com seus professores e colegas, familiares…

Com tantas mudanças repentinas, certamente, elas podem apresentar dificuldades de processar suas emoções e isso acaba refletindo em birra, medo, insegurança, ansiedade… Comportamentos que são reflexos causadas por essas mudanças e adaptações.

MAS AFINAL O QUE SÃO AS EMOÇÕES?

Coordenadas pelo pensamento, as emoções são como sinais de alerta indicando o que está acontecendo. Na maioria das vezes um pensamento “bom” está intimamente relacionado a uma emoção “boa”, assim como um pensamento ruim faz ligação com uma emoção “ruim”! Na dosagem correta, as emoções servem de proteção… mas quando excedem, podem vir a ser um problema.

As principais emoções são a alegria, medo, raiva, tristeza, nojo, surpresa e o amor. Também temos emoções secundárias como o ciúmes, inveja, vergonha, culpa, orgulho, preocupação, birra, ansiedade dentre outras.

Existem algumas estratégias para ajudarmos as crianças a compreender e a administrar suas emoções!

EMOÇÕES E PENSAMENTOS

O pensamento é a voz da emoção e é através dele que conseguimos saber qual emoção que estamos sentindo! Quando o pensamento muda, logo a emoção muda também!

As principais emoções são a alegria, medo, raiva, tristeza, nojo, surpresa, e o amor. E também temos emoções secundárias como o ciúmes, inveja, vergonha, culpa, orgulho, preocupação, birra, ansiedade dentre outras.

Existem algumas estratégias para ajudarmos as crianças a administrar e compreender suas emoções:

BIRRA

A birra é uma maneira da criança expressar sua emoções diante do que quer ou o que rejeita. Esse é um comportamento natural que faz parte do desenvolvimento infantil, bastante comum, e que vai até os três anos, aproximadamente. As principais dicas para quando a criança estiver fazendo birra são: respire fundo e se acalme. Converse com a criança e procure acalmá-la. Ao invés de dizer NÃO, dê outras opções de atitudes para aquela determinada situação. É muito importante não reforçar o comportamento de birra. E por fim, quando a criança demonstrar o comportamento adequado para a situação, reforce positivamente: elogie, diga a ela o quanto está orgulhoso(a)!

MEDO

O medo é uma reação importante que serve como modo de autoproteção diante de algum risco que possamos correr. Dependendo da intensidade e frequência dessa reação, isso deixa de ser saudável. Por isso devemos ajudar a criança a lidar com os episódios de “medo”.

De acordo com a faixa etária da criança alguns “medos” são mais comuns que outros:

*As faixas etárias dos medos não são rígidas, podem variar de acordo com o contexto e vivencias das crianças.

E nós adultos podemos ajudar a criança a diminuir o medo.

1- Não force: quando as crianças são forçadas a enfrentar o medo a qualquer custo, sem que ela tenha recursos  para isso, pode piorar significativamente o quadro;

2- Conte uma história sua de superação: crianças se conectam muito com histórias, principalmente quando essas histórias são dos adultos que ela tem como referência , resgate algo da sua infância que você tenha superado e compartilhe algo que tenha dado certo com você;

3- Faça exposições graduais: você pode expor a criança gradualmente a situação de medo começando do mais fácil até o mais difícil. Ex: Se seu filho tem medo de cachorro, comece com brinquedinhos, depois de um tempo interaja com cachorros de longe junto com ele, depois vá se aproximando do animal e convide ele para fazer um carinho leve no cachorro;

4- Medos intensos: Atenção! Para medos intensos e que causam muito sofrimento na criança a ponto de atrapalhar a vida dele, procure ajuda profissional para avaliar e trabalhar essa demanda com a criança.

ANSIEDADE INFANTIL

A ansiedade infantil pode manifestar-se desde os primeiros anos de vida se a criança for insegura, ou estiver diante de uma situação nova e não souber como lidar com isso.

É comum a criança apresentar sintomas de ansiedade quando os pais se separam, quando mudam de casa, mudam de escola ou quando algum ente querido venha a falecer. Por isso, diante destas situações os adultos responsáveis devem ficar atentos ao comportamento da criança, verificando se ela está confortável com tais situações. Alguns sinais de ansiedade:

1) EMOCIONAL: Tristeza, medo, preocupação, culpa, sensação de não ter valor, desesperança, alterações repentinas de humor, sensação de confusão mental .

2) FÍSICOS: Dificuldade em adormecer, sono agitado, inibição/lentidão de movimentos, agitação, mãos e pés frios (por vezes, suados), “borboletas no estômago”, náuseas, alterações gastrointestinais, rubor facial, arrepios, músculos tensos.

3) COMPORTAMENTAIS: Crises de choro, isolar-se, fechar-se em casa, evitar novas atividades, ataques de zanga, ausência de realização de atividades que davam prazer, incapacidade de lidar com as tarefas diárias, diminuição da capacidade de atenção, concentração, memória e tomada de decisão, arrumar todos os objetos por cor ou tamanho/manias, lavagens/banhos demasiado frequentes, contar os passos que dá ao andar; pisar apenas as pedras da calçada pretas (ou só as brancas).

É importante ter olhos sensíveis para enxergar os sinais desses comportamentos e acolher a criança para que ela se sinta amparada e aberta a aprender e criar novas perspectivas sobre o meio em que vive. Assim aprenderá a conviver de forma saudável com os desafios que se fizerem presentes em sua vida!

Fiquem bem! Um forte abraço. Joyce Mendes e Instituto Purunã


Escrito por Joyce Mendes, psicopedagoga clínica e institucional e neuropsicopedagoga.