Veja também a matéria da RPC sobre o tema aqui:
https://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/noticia/2019/07/25/projeto-preve-instalacao-de-torres-de-transmissao-de-energia-eletrica-na-escarpa-devoniana.ghtml
A estrutura geológica do Paraná é extremamente rica em relação às variações de solo que compõem a região. Ela é dividida entre os três planaltos que fazem parte do Estado (imagem).
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Em todo o Primeiro Planalto a maior incidência é das rochas ígneas e metamórficas, que datam do período Arqueano e início do Paleozóico. São rochas resistentes e responsáveis pelo forte relevo e altas declividades da paisagem. Esta parte do Paraná é denominada de Escudo Paranaense.
A oeste, o Escudo é recoberto por uma espessa sequência de rochas sedimentares e vulcânicas, denominada Bacia do Paraná. Esta sequência começa na Escarpa da Serrinha (Serra de São Luiz do Purunã), chegando à divisa oeste do Estado, abrangendo o Segundo e Terceiro Planalto. Sua formação teve início no período Siluriano, terminando no Período Cretáceo. É importante considerarmos que as posições dos continentes eram muito diferentes da atual. A América do Sul ligava-se à África, formando o megacontinente Gondwana e ainda não existia o Oceano Atlântico.
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A evolução da Bacia do Paraná – que durou mais de 350 milhões de anos – aconteceu em grandes ciclos geológicos, marcos por avanços e recuos da linha de costa de um antigo oceano que banhava o supercontinente Gondwana. Essas mudanças possibilitaram a formação de rochas de diversas origens, como marinha, lacustre, fluvial e glacial, importantes para a composição da Bacia do Paraná.
Durante o Jurássico, esta extensa bacia transformou-se num imenso deserto (o deserto Botucatu) com mais de 1,5 milhões de km2. Isso cobriu parte do que é hoje o sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Já no período Cretáceo, aconteceu o início da grande ruptura do supercontinente Gondwana, com a separação dos atuais continentes sul-americano e africano, e a formação do Oceano Atlântico Sul. Esta separação promoveu a liberação de magma, formando extensos derrames de lavas basálticas sobre as unidades sedimentares paleozóicas. Estes derrames atingiram até 1.500 metros de espessura e cobriram mais de 1.200.000 km2. A alteração destas lavas resulta na famosa “terra roxa”, solo de alta fertilidade agrícola. Sobre estas rochas, no noroeste do Estado, ocorrem os chamados arenitos Caiuá, formados ao final do Cretáceo.
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Você sabia?
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do Paraná, se colocarmos todo o tempo de vida da Terra, 4,6 bilhões de anos, em apenas 1 ano – 365 dias – o homem teria aparecido quase na festa de passagem de ano, às 20h14min do dia 31 de dezembro. Ou seja, teria vivido apenas as últimas três horas e quarenta e seis minutos do ano. Para comparar, os dinossauros viveram mais de 100 milhões de anos, equivalente há oito dias e meio.
Geologia de São Luiz do Purunã
São Luiz do Purunã é uma região localizada exatamente na transição entre o Primeiro e o Segundo Planalto do Estado (imagem). A serra de São Luiz do Purunã é um acidente geográfico localizado na região dos Campos Gerais do Paraná.
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As principais formações geológicas que fazem parte da nossa região, são a Escarpa Devoniana e os Icnofósseis. E agora vamos falar um pouquinho mais sobre cada uma delas!
Escarpa Devoniana
A Escarpa Devoniana é uma formação geológica que delimita o Primeiro e o Segundo Planalto paranaense. O nome, Escarpa Devoniana, se deve ao período da formação rochosa ocorrida há 400 milhões de anos – no período Devoniano. Entretanto, a forma como se encontra hoje é mais recente – 65 milhões de anos – fruto do período Cenozóico.
A Escarpa começa no vale do rio Iguaçu, no sul do Paraná, e segue adiante do rio Itararé, no estado de São Paulo. São 260 km de extensão e desníveis entre 100 e 200 metros. No Canyon do Guartelá esses desníveis podem chegar a até 450 metros. Na Escarpa podem ser encontradas fendas e pequenas cavernas que guardam vestígios arqueológicos (foto). Os canyons dos rios Iapó, Pitangui, Itararé e Iguaçu também estão contemplados na formação.
![Fendas e pequenas cavernas que guardam vestígios arqueológicos.](http://www.institutopuruna.com.br/wp-content/uploads/2019/07/foto-guartela-jaime-lerner-1024x682.png)
Icnofósseis Devonianos
De acordo com a Secretaria de Estado da Cultura – Coordenação do Patrimônio Cultural, neste local acontece um afloramento da Formação Furnas. Nessa formação, estão registradas vestígios da vida de invertebrados, que aconteceu há aproximadamente 410-415 milhões de anos (início do Período Devoniano), em um ambiente marinho relativamente raso.
Este sítio paleontológico, relacionado como patrimônio geológico pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleontológicos, encontra-se a cerca de vinte metros da Rodovia BR 277, a 42 quilômetros de Curitiba (foto).
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E devido à riqueza histórica e valor para as pesquisas geológicas, o local recebe a visitação de universidades, paleontólogos e geólogos. Isso acontece não só pela facilidade de visualização e didática como também pelo acesso extremamente facilitado.
Venha viver a história do nosso planeta em São Luiz do Purunã
Se você ficou inspirado e curioso para conhecer mais a respeito da história do planeta Terra a partir do contato com as belezas naturais que fazem parte da Escarpa Devoniana e Icnofósseis, São Luiz do Purunã é o lugar certo para isso. Programe uma visita e venha respirar história e renovar as energias junto com a gente.
Saiba mais sobre as possibilidades de viagem para cá acessando o Visite Purunã. Esperamos por você!
Beleza indescritível, futuro centro de convergência do ecoturismo no Estado do Paraná.
Tenho o privilégio de ter nascido vizinho, desta obra mais que perfeita Criada por Deus…
Lugar de biodiversidade única, área de transição entre primeiro e segundo planalto que permite encontrarmos muitas espécies da fauna e flora das florestas com araucária e Campos gerais.