O tropeirismo surgiu como uma nova atividade comercial com finalidade de promover a interligação dos pólos econômicos do Brasil. As mercadorias importadas e alimentos eram trazidos no lombo de mulas e cavalos que cortavam várias trilhas capazes de integrar diferentes pontos da geografia nacional. Quando não aproveitavam as estradas há muito tempo abertas pelos índios, os tropeiros tinham o trabalho de desbravar a mata virgem para a criação de novas rotas.
Por essa razão, nos séculos XVII e XVIII, o tropeirismo representou grande importância para o fortalecimento da economia e crescimento da vida em espaços rurais e pequenas cidades, principalmente no sul do País, devido à forma como as viagens eram realizadas – em caravanas à cavalo. Por isso é importante ressaltar o valor desses animais para o movimento tropeiro, afinal eram eles os responsáveis por transportar as cargas mais pesadas, em percursos ainda difíceis para o tráfego a pé.
Desta forma os responsáveis pelo manejo dos animais e demais mercadorias, passaram a ser chamados de tropeiros, estes eram viajantes que transportavam rebanhos de gado e de outros produtos, como especiarias e temperos, com a finalidade de comercializá-los, nas regiões sul, sudoeste e centro-oeste brasileira. Mesmo com a expansão do movimento tropeiro pelo território nacional, sua origem e principais tradições carregam fortes marcos e traços da cultura gaúcha, a exemplo das roupas: ponchos, chapéus e botas, até a alimentação e vocabulário.
No Paraná, a história do movimento tropeiro é um grande marco, presente em nossa herança cultural. Inclusive, inúmeras cidades do Estado fazem parte da conhecida Rota dos Tropeiros e por isso, carregam em suas raízes alguns hábitos que venceram os anos e permanecem atuais em seu dia a dia. Exemplos desses municípios são Campo do Tenente, Campo Largo, Carambeí, Castro, Palmeira, Lapa e, berço do Instituto Purunã,o distrito de São Luiz do Purunã.
Principais tradições do tropeirismo no Paraná
A força do passado tropeiro paranaense está expressa em diversos âmbitos do que fazemos, vestimos, falamos e comemos. Mesmo as pessoas que não conhecem muito do movimento em si, certamente em algum momento da vida já tiveram contato com elementos dessa cultura tão rica e presente em nosso estado. Por isso, vamos falar um pouco mais de alguns costumes e heranças importantes que carregamos em nossa história e que são frutos do movimento tropeiro. Olha só:
Vocabulário tropeiro
Grande parte do vocabulário dos tropeiros e que em certas situações ainda se repercute em rodas de conversa, tem origem nas tradições do Rio Grande do Sul. Afinal, uma das principais e mais utilizadas rotas tinha como ponto inicial Viamão-RS, tornando-se este o nome do caminho que partia do Sul e chegava até a cidade de Sorocaba-SP e que anteriormente se denominava Caminho dos Conventos.
Separamos algumas palavras que compõem a maneira de falar dos tropeiros para ilustrar um pouco melhor essa questão.
Comida tropeira
Os tropeiros tinham uma vida dura e muito variável em todos os sentidos. O fato de viajar muito, às vezes durante semanas ou meses, tornava necessário o uso de soluções simples, práticas e rápidas para tudo, incluindo a comida. Parte destes conhecimentos permeiam até hoje em nossa sociedade.
A comida dos tropeiros era simples e prática, porém com bastante “sustança”, devido ao trabalho pesado e às dificuldades para armazenagem e transporte. O básico, sempre era ter feijão, arroz, carne seca, toucinho salgado. Como acompanhamentos, farinha de mandioca, sal, alho, café e farinhas de milho ou canjiquinha.
Quase sempre, a tarefa de cuidar dos alimentos e cozinhar para a tropa era função de um mais experiente, o qual, logo de madrugada, acordava e colocava o feijão para cozinhar, em um trempe, um tripé de ferro, e sob o qual se colocava a panela ao fogo. Depois do feijão cozido, fazia-se o café, e fritava-se o toucinho, numa grande panela.
O café da manhã quase sempre era composto por farinha, feijão com carnes cozidas e café, para acompanhar. Por volta do meio-dia, parada para almoço, quando o feijão cozido de manhã, poderia ser enriquecido com carnes, farinha e, eventualmente, couve. Inclusive, essa é a tradição que deu origem ao festejado Feijão Tropeiro.
Curiosidade: chimarrão também faz parte da cultura tropeira
Sempre presente no dia a dia dos tropeiros, o chimarrão constituiu-se na bebida típica do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. E, apesar de ter origem a partir dos índios guaranis, o mate amargo (como também é conhecido) faz muita parte das tradições tropeiras e viu no movimento uma forma de alcançar outras localidades fora do sul do país.
Nós também preparamos algumas dicas de como preparar um bom chimarrão. Confira:
Viva a cultura tropeira em São Luiz do Purunã
Aqui no distrito de São Luiz do Purunã, a valorização da cultura gaúcha e tropeira são fatores essenciais para manter vivas as tradições e cultivar as raízes dos nossos antepassados. Desde estabelecimentos inspirados no tropeirismo, restaurantes que servem uma deliciosa comida típica, até espaços e lugares próprios para a prática de passeios à cavalo, nós vemos em nossa cultura uma oportunidade de enriquecer ainda mais as experiências dos turistas que passam por aqui.
Acesse o site Visite Purunã e planeje um passeio até nossa região. Esperamos por você!
Guarapuava não aparece , nesta reportagem, como uma cidade de tropeiros e foi no passado umas das rotas alternativas para caminho d tropas até a feira de Sorocaba
é verdade não parece
legal
A cultura do tropeirismo é uma das raízes da cultura brasileira
Lembrando que Paraná, Mato Grosso Minas Gerais é Goiás, eram capitanias paulistas.
O troperismo surgiu com os bandeirantes que saiam de São Paulo, inclusive tem um ditado antigo, “por aqui passou paulista ” muitas cidades mineiras, paranenses, ….foram fundadas por bandeirantes paulistas, as mulas eram trazidas do RG do Sul, é comercializadas em Sorocaba